terça-feira, 16 de junho de 2009

a ressurreição da água

Por Maria Augusta SilvaDiário de Notícias

Nada é desperdício na escrita de Maria Antonieta Preto, que surge com novo livro: A Ressurreição da Água, no qual a essência do conto reside na perfeita relação entre os elementos literários, sejam os da função das personagens, os dos códigos da memória e mensagem, os da significação das palavras em cada traço do humano ora mágico, ora cruento; sejam os da vida ou morte dos afectos, os da linguagem e os do bom gosto estilístico que ganham singular unidade na organização da narrativa, 15 contos. Maria Antonieta Preto também é jornalista, é já considerada um caso sério da literatura portuguesa contemporânea. Uma pedrada no charco quando lançou Chovem Cabelos na Fotografia, contos da sua raiz alentejana que transfigura e transporta para todos os lugares e em todos se dá possibilidade do olhar e do sentir. Confirma agora o ritmo poético de uma sólida oficina literária e redobra uma escrita poderosa tanto do ponto de vista formal como do imaginário (fascinantes nomes de personagens como Antonásio e Bordália. Trabalhando universos ancestrais, os signos são, porém, de todos os tempos e geografias. São ainda de hoje contundentemente de hoje. Basta atentar-se nas estórias Antigamente os Vivos não Morriam e A Ressurreição da Água (eleito para título da obra).

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